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Barroso acua Temer e prende Rossi, José Yunes, cel. Lima, Ortolan e Grecco

Nesta quinta-feira (29), às 6h, o advogado José Yunes foi preso em São Paulo. Amigo de longa data de Michel Temer, Yunes foi detido por conta do inquérito que investiga se o presidente da república favoreceu a empresa Rodrimar na concessão dos portos em Santos.
Em declaração para a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, Yunes disse:
“É um absurdo”, disse ele sobre a prisão.
“É um caso em que eu já depus”, afirmou.
Além de Yunes, foram presos na operação da PF: Wagner Rossi, ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente da estatal Codesp, que administra o porto de Santos; João Batista Lima, ex-coronel da PM de São Paulo acusado de ser operador de Temer; Milton Ortolan, auxiliar de Wagner Rossi da Codesp; Antônio Celso Greco, empresário e dono da empresa Rodrimar, que teria se beneficiado de falcatruas no porto paulista.
As prisões foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga Temer por recebimentos indevidos em troca de benefícios via decretos à empresa Rodrimar.
De acordo com o advogado de defesa, José Luis de Oliveira Lima, a prisão é temporária e deve durar cinco dias.
“É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania” afirmou o advogado ao blog da Andréia Sadi.
Em delação premiada, Yunes foi apontado por Lúcio Funaro como um dos responsáveis em administrar propinas supostamente pagas ao atual presidente. O delator da Operação Lava Jato afirma que para lavar dinheiro, Yunes investia valores ilícitos em sua incorporadora imobiliária.
Wagner Rossi
Detido na operação Skala, Wagner Rossi, é um nome bastante conhecido na política brasileira.
Filiado ao MDB desde 1981, foi eleito deputado estadual por São Paulo por dois mandatos consecutivos, 1982 e 1986. Em seguida foi eleito deputado federal por outros dois mandatos. Também foi Secretário da Educação do Estado de São Paulo e titular da Secretaria de Transportes.
Presidiu a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal administradora do porto de Santos em 1999 e 2000. Em 2010 e 2011, durante os governos de Lula e Dilma, Wagner Rossi foi ministro da Agricultura.
Após Wagner Rossi ter sido levado em custódia, seu advogado declarou que sua prisão é “abusiva” e que a defesa busca entender as circunstâncias da decisão do ministro Barroso.
Em nota, seu advogado afirma que “Wagner Rossi aposentou-se há sete ano. Desde então, nunca mais atuou profissionalmente na vida pública ou privada. Também nunca mais participou de campanhas eleitorais ou teve relacionamentos políticos. Mora em Ribeirão Preto onde pode ser facilmente encontrado para qualquer tipo de esclarecimento. Nunca foi chamado a depor no caso mencionado. Portanto, são abusivas as medidas tomadas. Apesar disso, Wagner Rossi está seguro de que provará sua inocência”.
Wagner Rossi é pai do deputado Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara Federal.
Milton Ortolan
Ex-secretário municipal de Educação em Americana, Milton Ortolan, foi citado por Joesley Batista (dono da JBS) como homem de confiança de Wagner Rossi, de quem foi assessor quando Rossi dirigia a Codesp.
José Yunes
José Yunes e Michel Temer se conheceram no curso de Direito do Largo de São Francisco, no final dos anos 50.
Seu primeiro cargo público foi como deputado estadual em São Paulo, em 1979. Com a redemocratização foi reeleito pelo PMDB para o mesmo cargo na Assembleia em 1982. Quatro anos mais tarde, Yunes conseguiu uma vaga de suplente na eleição que definiu os deputados federais que participariam da redação da constituição de 1988, tornando-se deputado ao lado de seu amigo Michel Temer.
Após dez anos na política, Yunes se afastou de cargos públicos para dedicar-se ao seu escritório de advocacia até ser convidado por Temer para assumir o papel de conselheiro do governo, como assessor especial da Presidência da República.
Em 2016, José Yunes se afastou da presidência após o ex-vice-presidente da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, ter dito que, em 2014, que entregou parte de uma propina de R$ 10 milhões em seu escritório a pedido de Temer.
Coronel Lima
Ex-coronel da Polícia Militar, João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, foi apontado pela Procuradoria Geral da República (PGR) como um dos intermediários de propina que teria sido paga a Temer no caso do decreto de portos. Lima é dono da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan. A acusação foi feita com base na delação da JBS.
Temer e Lima mantêm uma amizade estreita já há muitos anos. Relatório da Polícia Federal mostram que Lima tem acesso direto a Michel Temer e apontam que Temer e o ex-coronel trocaram 12 ligações entre abril de 2016 e maio de 2017, período em que Temer já ocupava Presidência da República. Na análise do celular de Lima, investigadores encontraram na agenda de contatos os números de Joesley Batista, da JBS, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Desde junho de 2017 a PF tenta ouvir o ex-coronel Lima, mas as duas vezes que foi intimado não compareceu alegando problemas de saúde.
Antônio Grecco
Antônio Celso Grecco, empresário e dono da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos e é suspeita de ter sido beneficiada por um decreto de 2017 de Michel Temer em troca de suposto recebimento de propina.
O decreto daria ao presidente a possibilidade de alterar ou prolongar contratos, sem que houvesse a necessidade de estarem de acordo com as regras da ocasião em que foram assinados. Entre eles, estão as concessões portuárias realizadas antes da lei de 1993, na qual a Rodrimar seria beneficiada também.
 
Relembre:

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  1. Avatar

    Sabem o que vai dar essa briga de Barroso com Gilmar, ? O mesmo que deu com Joaquim Barbosa e Gilmar, ele vai abraçar as ideias de Gilmar, vai perseguir o PT porque ele é tao direitista quanto joaquim Barbosa, e acima de tudo ele nao vai aguentar a pressao de Gilmar . que certamente vai lançar mao de tudo que puder para destruir barroso.e barroso para nao ficar na pior vai dar as maos a Gilmar sem dar.

  2. Avatar

    será que barroso quer receber o prêmio inovare da rede globo que carmen lucia recebeu antes de ser presidenta do stf.
    este processo ja tem mais de 20 anos e não houve destruição de provas
    Só LULA para consertar a bargaça em que se transformou o nosso BRASIL com a conveniência do stf

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