Bate-boca no STF prenuncia sessão pesada nesta quinta

A sessão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira (21) foi suspensa por causa de um bate-boca entre os ministros Luiz Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
 

Após uma crítica de Gilmar a uma decisão do STF de 2016, Barroso respondeu: “Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo vossa excelência vir aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias. Vossa excelência não consegue articular um argumento, fica procurando, já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida para vossa excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia, nenhuma, nenhuma, só ofende as pessoas”, declarou Barroso durante a sessão, transmitida ao vivo pela TV Justiça.
O clima dessa sessão é um prenúncio da temperatura da votação de quinta, na qual, sob pressão, a presidente do STF, Cármen Lúcia, irá pautar o habeas corpus do ex-presidente Lula.
Se a maioria dos 11 ministros aceitar o pedido, o petista não será preso após a condenação em segunda instância.
A defesa de Lula argumenta que a prisão só é possível após o trânsito em julgado, isto é, depois de esgotados os recursos em todas as instâncias da Justiça.
Diante da marcação do julgamento do habeas corpus de Lula para esta quinta-feira, o ministro Marco Aurélio Mello disse que não chamaria, como pretendia fazer nesta quarta, uma questão de ordem para solicitar o julgamento das ADCs. Ele reiterou, no entanto, considerar que o mais adequado é que tais ações sejam julgadas o mais rápido possível.
“Fica o apelo que faço como relator para que liquidemos e afastemos esse impasse que só gera insegurança jurídica”, disse ele, referindo-se às decisões conflitantes de ministros da corte sobre o assunto.
Leia também:

STF informa que Cármen Lúcia não se declarou impedida de votar em julgamento de Lula