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Mais uma derrota de Moro: Toffoli cassa ordem de impor tornozeleira a Dirceu

No puxão de orelha que aplicou em Moro, o ministro Toffoli recorreu a advertência do falecido jurista José Frederico Marques: “O Supremo Tribunal Federal, sob pena de se comprometerem as elevadas funções que a Constituição lhe conferiu, não pode ter seus julgados desobedecidos (por meios diretos ou oblíquos), ou vulnerada sua competência.”

Em poucas semanas, Moro sofre a quarta derrota no STF. No dia 24 de abril, a 2º turma do STF  tirou das mãos de Moro a delação da Odebrecht contra Lula, foi a primeira derrota importante do juiz de primeira instância no Supremo Tribunal Federal.

Na sequência, no mês de junho veio a segunda derrota quando por 6 votos a 5, o Supremo acabou com as conduções coercitivas, cujo maior exemplo foi o verdadeiro sequestro de Lula pela Lava Jato em 4 março de 2016 e que se tornaria um dos ícones da operação.

A terceira derrota foi a absolvição da senadora Gleisi Hoffmann.

O veredito do presidente da Segunda Turma do STF, Ricardo Lewandowski, dizia: “São tantas as incongruências e inconsistências nas delações premiadas que elas se tornam imprestáveis para sustentar qualquer condenação”.

Na sessão sobre as conduções coercitivas, o ministro Marco Aurélio desnudou o caráter arbitrário e violento da medida amplamente utilizada pela lava jato: “Não há dúvida que a condução coercitiva implica cerceio à liberdade de ir e vir. Ocorre mediante a ato de força, praticado pelo Estado em razão de um mandado”.

A quarta derrota veio agora com o veto do ministro Dias Toffoli à decisão de Moro de impor uso de tornozeleira ao ex-ministro José Dirceu.

“Considerando que a decisão proferida pela Segunda Turma, por maioria de três votos a um, em nenhum momento restabeleceu a prisão provisória do reclamante, tratando-se, no caso, de prisão-pena, a qual foi suspensa para assegurar a liberdade plena do ora reclamante, em razão da plausibilidade jurídica dos recursos interpostos e, mais ainda, por não subsistir nenhuma esfera de competência do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba – que sequer foi comunicado da decisão desta Corte -, casso, até posterior deliberação da Segunda Turma, a decisão”, diz a decisão de Toffoli.

Conforme o ministro, o juiz Sérgio Moro “agindo de ofício, impôs ao reclamante medidas cautelares diversas da prisão, em claro descumprimento de decisão desta Suprema Corte”.

Leia na íntegra a decisão do ministro Dias Toffoli:

Medida Cautelar Dirceu

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  1. Avatar
    Regina Maria de Souza says:

    A máscara do agente Moro já caíra para o povo há muito. Faltava que os poderosos julgassem seus desmandos com base nas leis brasileiras. Gostaria de ver decretada a prisão preventiva do Moro enquanto se apuram os maus feitos da república de Curitiba (indícios há muitos).

  2. Avatar
    Antônio César Guimarães says:

    Infelizmente nao vou so o Moro que perdeu, nós brasileiros que torcemos para vermos nosso paíss livre das mãos desses “subTraidores, que com suas mutretas lezam a saúde; a educação; os direitos dos trabalhadores …enfim que deixam a maior parte da população sem o direito à dignidade. Quantas pessoas morreram em filas de hospitais por falta de remedios?
    Quantos jovens não ficam anulados sem a condição de concorrer de igual pr igual com os filhos dos mais abastados; num concurso por um emprego melhor?
    É o PIOR, ainda existem pessoas que comemoram essa derrota da justiça.
    Triste ver advogados e juizes que estudaram tanto, pra simplesmente defender o errado. Parece que no meu país , o errado se transformou em certo.
    Tudo tristemente me faz ver que ” parece que aqui o crime compensa’. Muito triste.
    Pessoas que levam o conforto para as suas famílias defendendo corruptos e ladrões.Muita falta de principio!!!!

  3. Avatar
    Raimundo Nonato says:

    Quem perde evidentemente é o Brasil honesto que sonha que as leis foram feitas para todos.
    Quem ganha são os corruptos pluripartidários com grana sobrando para pagar bancas de advogados;E isto é uma vergonha sem precedentes!
    Viva a Lava Jato!

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