América⠀Latina Mundo

Petro tem 25% e esquerda vai para o segundo turno das eleições na Colômbia

O candidato da direita, Iván Duque, foi o mais votado no primeiro turno das eleições para a Presidência da República na Colômbia, com cerca de 40% dos votos. O candidato da esquerda, o ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, ficou em segundo lugar, com 25% dos votos, e disputará o segundo turno das eleições com Duque.
O pleito ocorrerá no dia 17 de junho.
 

Trinta e seis milhões de eleitores colombianos foram convocados às urnas, neste domingo (27), para a primeira eleição presidencial após o acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), hoje convertida em partido político com a mesma sigla.
Nas eleições deste domingo os colombianos escolheram entre cinco candidatos:Iván Duque (Centro Democrático), Gustavo Petro (Colombia Humana), Sergio Fajardo (Coalición Colombia), Germán Vargas Lleras (Mejor Vargas Lleras) e Humberto de la Calle (Partido Liberal).
Os dois candidatos que disputarão o segundo turno representam dois extremos. O advogado Iván Duque, tem o apoio do ex-presidente Álvaro Uribe e se posiciona contra o acordo de paz com as Farc. O ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro ficou em segundo lugar. Se eleito, ele será o primeiro presidente de esquerda da Colômbia. O vencedor irá suceder o atual presidente Juan Manuel Santos.
 
Acordo de paz
O resultado dessa eleição pode definir o futuro do acordo de paz. Duque – que foi funcionário do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e senador – tem o apoio da direita, especialmente do ex-presidente Álvaro Uribe, que foi padrinho político do atual presidente, Juan Manuel Santos, antes de se converter em seu opositor.
Uribe liderou a campanha contra o acordo de paz, assinado em 2016 por Santos. Uribe argumenta que o presidente foi demasiado generoso com os ex-guerrilheiros. Se for eleito, Duque prometeu rever algumas concessões. “O narcotráfico não é um crime político e não deve ser anistiado”, disse. Além da anistia, as Farc obtiveram dez cadeiras no Parlamento até 2026. O atual presidente, Juan Manuel Santos, recebeu o Prêmio Nobel da Paz pela habilidade em conduzir o acordo.
Na Colômbia, Uribe é uma figura polêmica. Durante seus dois mandatos (2002-2010), ele realizou uma ofensiva contra os rebeldes das Farc (que mataram seu pai) e do Exército de Libertação Nacional (ELN), que começaram a negociar a paz com Santos. Muitos colombianos atribuem a ele o enfraquecimento das guerrilhas, que chegaram a ter mais de 20 mil homens armados, controlando boa parte do país. Seu governo também é associado a violações de direitos humanos cometidas pelas forças de segurança e por paramilitares, além de escândalos de corrupção.
Antes de ser legislador e prefeito da capital, Bogotá, o economista Gustavo Petro – principal rival de Duque nesta eleição – pertenceu à guerrilha Movimento 19 de Abril (M-19), que depôs as armas em 1990 e se transformou em partido político. Ele promete combater os paramilitares e impor mais regras aos latifundiários que se opõem ao acordo com as Farc. Para muitos colombianos, cansados dos governos conservadores, ele é associado à mudança.
Assista à entrevista exclusiva de Fernando Morais com o Comandante Timochenko, realizada em Havana, em dezembro de 2016:

Exclusivo: queremos juntar todos que estão a favor da paz, diz Timochenko, líder das FARC


Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *