Brasil

O golpe chega à cozinha: em vez de gás, os brasileiros sobrevivem com lenha e carvão.

O desemprego no Brasil voltou a crescer no primeiro trimestre de 2018. A taxa de desocupação do trimestre encerrado em março de 2018 chegou a 13,1%, com aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao último trimestre do ano passado (11,8%). O total de pessoas desocupadas também cresceu no período, passando de 12,3 milhões para 13,7 milhões. Houve um aumento de 1,4 milhões de desempregados no país.
O confronto entre esses dois trimestres ainda revelou redução de 408 mil pessoas (-1,2%) no total de empregados do setor privado com carteira de trabalho assinada. Essas informações fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), referente ao primeiro trimestre de 2018, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, nesse período do ano é de se esperar um aumento da desocupação, por causa da dispensa de trabalhadores temporários: “Teve um movimento sazonal atuando, mas houve uma dispensa expressiva de trabalhadores e isso, consequentemente, se reverteu em uma perda expressiva de postos de trabalho e no aumento de pessoas na fila da desocupação”.
De forma geral, ainda de acordo com o coordenador, houve queda do emprego em todas as formas de inserção no setor privado, tanto em postos com carteira assinada como nos sem carteira. Assim, no trimestre de janeiro a março, o contingente de pessoas ocupadas chegou a 90,6 milhões e ficou 1,7%, menor que o encontrado no trimestre anterior. Isso representou uma redução de 1,5 milhões de pessoas ocupadas.
É importante destacar ainda a diminuição de postos de trabalho na Indústria (2,7%, ou menos 327 mil pessoas), Construção (5,6%, ou menos 389 mil pessoas) e Comércio (2,2%, ou menos 396 mil pessoas). “Esses grupamentos apresentaram quedas importantes, em especial na construção. Há várias obras e grandes investimentos imobiliários parados, o que impactou nesse resultado”, esclarece Cimar.
LENHA E CARVÃO VOLTAM PARA AS CASAS DOS BRASILEIROS
A alta do preço do botijão de gás de cozinha de 13 kg, que chega a R$ 69,90, fez com que mais de 1,2 milhão de brasileiros passassem a utilizar lenha e carvão para suas refeições, atingindo 17,6% dos lares brasileiros.
O Nordeste foi a região que mais sentiu o aumento dos preços. Mais de 400 mil casas tiveram de voltar a preparar os alimentos por meio de lenha e carvão, totalizando 24,1% dos domicílios da região.
Em 2017, a Petrobras mudou a metodologia de reajuste e começou a repassar com mais frequência as variações nos preços. No ano passado, o preço do gás subiu 16%, cinco vezes mais que a inflação.
Os estados de Maranhão e Piauí têm índices alarmantes, a porcentagem de famílias que usam carvão ou lenha como necessários substitutos ao gás de cozinha chegam a 44,9% e 32,9%.
Esses dados do IBGE e PNAD mostram uma verdade: se a economia, da qual o governo Temer tanto se orgulha, está se recuperando, os trabalhadores e as classes baixas não fazem parte dela.


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