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Equador suspende acesso à comunicação de Assange na Embaixada do Reino Unido

Nesta quarta-feira (28), o governo equatoriano restringiu o acesso às comunicações do jornalista e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está na embaixada do Equador no Reino Unido desde 2012, por violar um acordo em que ele se comprometeu a não comentar os assuntos de outros países.
“O governo do Equador suspendeu os sistemas que permitem a Julian Assange se comunicar com o mundo exterior da embaixada equatoriana em Londres”, disse o secretário de Comunicação em comunicado à imprensa.
“A medida foi adotada após o fracasso de Assange em cumprir o compromisso escrito firmado com o governo em dezembro de 2017, no qual ele foi obrigado a não emitir mensagens que impliquem interferência em relação a outros estados.”
O governo equatoriano está preocupado que o uso das mídias sociais por Assange possa prejudicar as “boas relações que o país mantém com o Reino Unido, outros países da União Européia e outras nações”, e disse que está preparado para tomar outras medidas se Assange continuar quebrando o compromisso.
Nos últimos dias, Assange criticou em sua conta no Twitter a decisão da Alemanha de prender o líder pró-independência da Catalunha, Carles Puigdemont, em nome do governo espanhol. Assange tem sido um feroz defensor do movimento de independência catalão e promoveu o referendo do ano passado, considerado ilegal pelas autoridades centrais espanholas.
Ele também se ofereceu para testemunhar no caso da Cambridge Analytica, depois que surgiram evidências de seu envolvimento na campanha presidencial de Donald Trump.
Mas o comentário que pode ter sido a gota d’água pode ter sido sua resposta ao ministro da Europa e das Américas do Reino Unido, Alan Duncan, que chamou Assange de “minhoca miserável” que deveria sair da embaixada e entregar-se à justiça britânica.
Assange respondeu a Duncan por meio de um tweet: “Como prisioneiro político detido sem acusação por 8 anos, violando 2 decisões da ONU, suponho que devo ser “infeliz”, mas nada de errado em ser “pequeno”, embora eu seja bastante alto; e melhor ser um “verme”, uma criatura saudável que revigora o solo, do que uma cobra.”


Kim Dotcom, ex-proprietário da empresa de compartilhamento de arquivos Megaupload, pediu que os partidários de Assange se reunissem diante da embaixada em protesto contra a decisão do governo equatoriano.
O ex-ministro das Finanças grego, Ioannis Varoufakis, também pediu que as pessoas exigissem que as autoridades equatorianas restaurassem sua conexão com a Internet.
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