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Uma proposta para reduzir a violência no Brasil

O correspondente do Nocaute no Vietnã, Ariel Seleme, propõe que todas as embaixadas brasileiras produzam documentos sobre como os países onde estão instaladas combatem a violência.

Olá, amigos do blog Nocaute, aqui é Ariel Seleme, de Hanói. Continuo pesquisando a passagem de Ho Chi Minh pelo Brasil. Estive no museu de Ho Chi Minh em Hanói, no mausoléu, estive na biblioteca de Hanói, estou fazendo uma pesquisa, e não tenho algo conclusivo. Mas em breve vamos transmitir a vocês uma informação bem completa sobre essa curiosa e interessante passagem do Ho Chi Minh pelo Brasil.

Primeiro queria dizer que é muito legal participar desse canal do Fernando e isso tem me aberto um leque fantástico, tantas pessoas que estão vendo meu vídeo e dando seu like, e algumas até se transformando em amigos de Facebook. Uma dessas pessoas é a Estela e ela falou algo que eu gostaria de conversar.

Sobre meu primeiro vídeo, que compara a violência entre Hanoi e o Rio, no qual eu falo dos 3 assassinatos de 2017 em Hanoi e os mais de 6 mil no Rio no mesmo ano, ela falou: você apresenta isso mas o que o Brasil precisa hoje, mais do que fatos, é de uma proposta de como mudar essa realidade.

Passei esses dias pensando numa proposta no sentido de reduzir a violência no Rio. Cheguei a algumas conclusões. Talvez quem esteja me assistindo tenha conexões e possa colocar essa proposta para frente.

A ideia parte de uma lenda indiana. Quatro pessoas entraram num quarto escuro e alguém perguntou: o que vocês viram lá dentro? Um respondeu que viu uma árvore, o outro, uma pedra, o terceiro, uma cobra. E quando tiraram a cobertura e a luz entrou, descobriram que era um elefante. Ou seja, as pessoas tinham informações partilhadas do problema e não conseguiram ver o todo.

Em cima disso, vou propor algumas coisas que podem resolver o problema de violência e da segurança no Brasil. A proposta que eu tenho é muito simples. O Brasil tem mais de 140 embaixadas espalhadas por todos os continentes do mundo. Imagina se cada embaixada produzir um documento dizendo como é no país onde está instalada a questão da segurança, como as autoridades promovem a segurança e a não violência.

Essas embaixadas têm gente qualificada que poderiam fornecer excelentes informes de vários países do mundo. O que eu fiz aqui no Vietnã muito rapidamente poderia ser feito no mundo inteiro, de forma mais profunda e detalhada. Daria instrumentos para o Brasil pensar coletivamente uma política de segurança e de combate à violência.

Parece que o Brasil deixou essa questão simplesmente para as autoridades policiais e agora para o Exército, que só eles podem resolver. Aqui no Vietnã todo a sociedade participa da solução.

Então essa é a minha ideia: as embaixadas produzirem relatórios. Isso pode ser pedido oficialmente por intermédio do Congresso, da Comissão de Relações Internacionais do Senado, etc, que as embaixadas produzam documentos que falem sobre políticas de segurança e combate à violência.

A gente poderia pegar essa informação toda e levar às universidades para que coletivamente iniciem esse debate tendo como base a informação gerada pelas embaixadas brasileiras. As universidades fariam estudos, aprofundamentos e por sua vez levariam isso para uma discussão pública. A partir daí poderíamos ter uma política de segurança e combate à violência na qual todos entenderiam o seu papel.

Não é apenas um problema de polícia, dos órgãos de segurança, é da coletividade. Cada um de nós tem uma forma de contribuir.

Agradeço a quem me assiste e a Stela, que propôs esse tema. E até semana que vem, quando terei definitivamente o parecer sobre os três meses que o Ho Chi Minh morou no Rio de Janeiro, foi garçom e ajudante de cozinha de um restaurante dentro de um hotel na Lapa. Em 1912, ele morou no Rio por três meses, morava em Santa Teresa numa pensão e trabalhava na Lapa. O grande líder vietnamita, da vitória da independência do país.

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