Brasil

Uma história de superação


Hoje a gente vai falar de superação. É um tema meio da moda, tem umas palestras aí, em geral dadas por picaretas, que cobram uma nota preta para falar sobre superação.
Então eu vou dar sugestões para quem promove palestras com a temática da superação.
Por exemplo,  se for uma palestra coletiva, poderiam convidar metade do governo de Michel Temer porque eles se superam na capacidade de fazer besteira. É uma coisa impressionante.
Por exemplo desde 2015, já no pré golpe, promovido pelo Aécio Neves da Cunha, de lá pra cá a economia entrou em um caos. Não vou nem discutir se com a Dilma teria dado certo ou não porque ela não conseguiu fazer nada.
Agora está chegando o fim de 2017 e esse bando que está aí, gravitando ao redor de Michel Temer, conseguiu diminuir o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e por isso haverá três milhões e seiscentos mil brasileiros que voltam à miséria. Aqueles que entre 2004 e 2014 saíram da pobreza e saíram da miséria estão voltando. Esses dados não são opinião minha, é parte de um estudo do Banco Mundial, que pode ser acusado de qualquer coisa menos de ser de esquerda, ou de ser progressista.
Essa é uma sugestão.
Uma outra sugestão para palestras coletivas. A Comissão de Ética do Senado, Comissão de Ética que arquiva outra denúncia contra um bandoleiro, um playboy provinciano, um cafajeste chamado Aécio Neves da Cunha. Quer dizer, você tem que superar em indecência para, outra vez, superar uma denúncia contra esse camarada.
Agora se quiserem sugestões individuais para superação temos aqui no Rio, a nossa versão praieira do Sergio Moro, que se chama juiz Marcelo Bretas, evangélico radical. Ele mandou pegar o Sérgio Cabral, que está preso aqui, e levar para um presídio federal.  Sérgio Cabral por enquanto já foi condenado a 58 anos de cadeia, e eu espero que seja condenado a outros 58 anos de cadeia. Em que se supera o juiz evangélico Marcelo Bretas? Porque  o Sérgio Cabral fez uma menção ao fato da família do juiz evangélico mexer com bijuteria uma ameaça.
Caramba, não é preciso ser jurista para ver nisso um abuso de autoridade, típico aliás, de magistrados que não resistem à luz de um holofote, ele se superou.      
Por falar em magistrado, o insuperável Gilmar Mendes  se  superou. Ele fez deboche com o fim da fiscalização, praticamente o fim da fiscalização do trabalho escravo. Dizendo que ele trabalhava em excesso. Meritíssimo, se eu ganhasse metade do que o Estado brasileiro paga ao senhor, eu trabalharia o dobro do que o senhor trabalha e não me sentiria no direito de dizer uma desfaçatez como a que o senhor, se superando, o que eu achei que era impossível, fez.  
Há  outro forte candidato à palestra de superação, o próprio Michel Temer.
Eu fico imaginando como é que um indivíduo da estatura moral, ética, intelectual, da estatura de decência de Michel Temer consegue se superar, pois conseguiu. Depois de retroagir na lei de fiscalização do trabalho escravo, que aliás foi suspensa pela ministra Rosa Weber, ele  agora anistiou multas ambientais.
Quer dizer, qualquer coisa para agradar os ruralistas. Ele depende do voto rural, quase que eu digo do voto bovino, para se manter no poder. Michel Temer se superou, agora ele vai se superar mais. Ele vai ficar na presidência, o quer dizer que daqui até o fim de 2018 ele vai ter muita chance de superar nesta tenebrosa tarefa que lhe foi dada pelo golpe armado por Aécio Neves da Cunha. Qual seja a tarefa, acabar com o Brasil, acabar com o futuro de todos nós.
Que coisa insuperável.     

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