Repressão à Catalunha deixa ferida aberta na Espanha.

#NocauteNaCatalunha
Nocaute está aqui no Centro Internacional de Imprensa em Barcelona, e como vocês podem notar está praticamente vazio, ontem a noite aqui havia cerca de 100 jornalistas do planeta inteirinho e hoje todo mundo já vazou.
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O resultado do referendo foi surpreendente, quase metade da população votou, o que não deixa de ser um prodígio já que tinha polícia para tudo qualquer quanto, houve muita violência e muita repressão. O balanço final dado pela área de saúde, aqui da Catalunha, é de que quase mil pessoas foram feridas, algumas gravemente e hoje de manhã saiu a notícia de que pelo menos uma pessoa morreu. Apesar disso o povo foi votar, gente velhinha, vocês viram nós fizemos entrevistas exclusivas com uma mulher de 96 anos que estava indo votar, e o voto não é obrigatório aqui, isso é um dado importante.
O resultado foi espantoso, porque os separatistas tiveram 90% dos votos e os que defendem a permanência da Catalunha na Espanha tiveram apenas 7% dos votos.
Agora chegou a hora da onça beber água, agora chegou a hora, como não vai haver confronto armado, como não vai haver confronto militar, chegou a hora de negociar. De qualquer maneira uma coisa está clara a derrota do governo do PP, o governo do Mariano Rajoy, a derrota de Madri e uma ferida que está aberta, uma ferida que está exposta, mais do que a que existia nos momento mais graves do separatismo basco, quando havia um movimento armado, a ETA, fazendo atentados, fazendo ações militares por todo país. A Catalunha não tem movimento armado mas apesar disso esse resultado deixa aberta uma ferida que só vai fechar com a independência.
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Quanto tempo isso vai levar, quanta discussão vai demandar até que esse processo chegue ao final, ninguém sabe prever. O que se sabe é que essa é uma ferida aberta tão grande ou maior do que aquela deixada pelo país basco que, ao contrário da Catalunha, tinha um movimento armado, movimento que colocou bomba,que fez atentados no país e que tirou a vida de muita gente, e aqui não. Aqui, desde o começo, tem sido um movimento pacífico apesar da virulência do governo central.
Então, a partir de agora é torcer pela negociação e torcer para que vença quem venceu.
Até a próxima.